Cada um(a) sente a dor e o amor em proporções diferentes e lida com cada um desses sentimentos didaticamente, até que um deles mina completamente o outro, passando a ter mais amplitude, o que termina sendo sempre a dor. É comum vermos pessoas sofrerem por amor e não se incomodarem com a “cauterização” da dor. É também normal cruzar com pessoas dispostas a sofrer por amor e não amar quem sente dor. O abandono de pessoas que sofrem é real, mas também a rejeição de quem quer acolher com amor é fato verdadeiro. O amor acaba sendo moeda de troca e não doação voluntária e inocente nesse trajeto.
Todo amor para dor não toda dor para o amor. A inversão dessa ordem é mais sofrimento. Algumas dores como às de Cristo na cruz, às do parto de uma mãe, de uma correção paterna, de um arrependimento…, dado suas excepcionalidades, são “dores” por amor, cujo resultado não é mais dor e sim mais amor e alegria. A dor em certos casos e medidas produz amor, mais não é regra geral. O amor costuma ser mais eficaz na cicatrização e cura da dor.
Esse é um tema atual frente a tantos sofrimentos e dor que estamos vivendo e vivenciando. Poderá o amor curar a dor? Nesses dias de mortandade provocada pelo maldito vírus o mundo “adoecido” busca salvaguarda no amor como remédio mais eficaz. As doses de amor nunca são demasiadas ou causam danos colaterais a quem quer que seja.
Nesse contexto de tantos relacionamentos feridos e partidos, de tantas mágoas no coração das pessoas e de tantos sonhos jogados para eternidade, desejar todo amor para dor é mais do que um simples desejo, é um clamor!
No mundo a dor e o amor sempre dar saltos, ora um subjuga pela força o outro, ora se emparelham, ora se estranham. Mas o amor sempre encontra uma maneira de aplacar a dor, mesmo que seja por um tempo curto, mas ele é a busca final alcançável da imensa maioria de nós.
O maior desafio do nosso tempo é amar sem considerar a lei do retorno e se doar ao outro de modo mais inconsciente e menos vantajoso que se possa parecer. Na real, a maioria de nós sabe qual o caminho seguir, e, como fazer para amar incondicionalmente, o que nos resta fazer (com esforço) é dialogar menos com a dor e promover todo amor para a dor. Apenas apontar o sofrimento não ameniza a dor ou provocar a dor no outro não nos traz mais amor.
Tenho pensado nisso esses dias e me desafiado a mudar minha visão. É meu dever cristão amar o próximo, abraça-lo(a) e caminhar com Cristo e com ele(a) para que seja mais amado(a) nessa vida. Se você pode amar mais que provocar dor, ame! Abandone o desejo de provocar dor ao próximo, sempre se coloque no lugar dele(a). Mude!
Fico feliz por você estar lutando em favor do outro, amenizando o sofrimento doando todo amor para a dor.
Deus nos abençoe!
Josinaldo M.
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