Voltar à Igreja pós-isolamento será um teste para os cristãos.
Tem sido um desafio enorme para pastores, pastorearem seus rebanhos à distância. Lembro-me da parábola da Ovelha Perdida (Lc.15.1-3). Se já há muitas ovelhas “perdidas” no aprisco imaginem fora dele? Quantas ovelhas não aproveitam para dar uma “escapada” dos olhos amorosos do seu pastor.
A Bíblia nos diz que não devemos deixar de congregar (Hb.10.25). Em tempos de Coronavírus a Igreja física de “portas fechadas” e os membros em suas casas, pode provocar arrefecimento da fé em alguns cristãos. Pecamos ao não cumprir o mandamento? Creio que não! A impossibilidade de ir a Igreja não tem sido fácil para muitos cristãos, líderes do rebanho e pastores que proveem o alimento através da pregação e do ensino ao rebanho “sedento” de Deus, Sua Palavra e Sua comunhão. Deus, certamente está contemplando. O Senhor Jesus ao ser indagado pela mulher Samaritana (João 4.23), dar-nos o norte, afirmando que a adoração a Deus transcende barreiras físicas e visíveis. A adoração, dever ocorrer em espírito, em verdade, em tempo e fora de tempo, em Samaria ou Jerusalém. Nesse contexto de “afastamento” do culto visível devemos adorar a Deus em todo lugar e em qualquer tempo.
O Apóstolo Paulo nos diz que somos templo do Espirito Santo (1 Coríntios 6.19). A ausência física no templo não aniquila a presença espiritual de Deus a quem verdadeiramente adoramos em espírito e em verdade. O que pode provocar um prejuízo à comunhão dos santos é um “breve” esfriamento do amor e cuidado tão necessários ao exercício da fé.
As crianças, nesse isolamento exigem ao máximo de seus pais e responsáveis sugando as energias deles. Os pais e responsáveis precisam “se virar” para dar atenção e suprir o medo do “bicho” chamado coronavírus e o próprio isolamento. A falta dos(as) coleguinhas, escolinha, parques de diversão, praias, shoppings, etc., que a garotada gosta. As crianças precisam de segurança e paz para crescerem fortes. Elas tem maior capacidade de absorver crises quando se sentem protegidas pelos que as amam. Passaram essa Pandemia sem muitos traumas. Não podemos dizer o mesmo em relação aos adolescentes e jovens, diferentes dos demais, precisam de uma “energia” constante para mobilizarem-se e se manterem atentos e envolvidos. São muito prejudicados com esse isolamento. É como se “estripassem” deles a engrenagem motora, impossibilitando a fecundação de seus sonhos e projetos. Mais são fortes e venceram (1 Jo.2.14b). Creio nisto! Enquanto os adultos e idosos, considerado o grupo de maior risco, por serem mais sólidos se veem vítimas de um vírus invisível que lhes derrubam com enorme vantagem. É duro ser vencido por um “estranho”, depois de vencer tantos inimigos visíveis. É compreensível o incomodo de muitos que na pujança e aproximação do “fim” da vida são “isolados” quando deveriam estar curtindo seus dias mas felizes. Esse isolamento adoece e nos coloca diante da estagnação real e cruel da insignificância tão temida por nós. Confiemos na promessa do Senhor: “Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes.” (Sl.92.14 ).
Meus caros, para muitos cristãos à volta à igreja será gradual e lenta, para outros não e para outros a igreja já não é necessária. Há aqueles que “adaptou-se” neste tempo “sem Igreja” e já começa achar normal. Arrisco-me afirmar que um número de cristãos não voltaram a igreja no pós-isolamento, aproveitando o ensejo para violar o “não deixemos de nos congregar” ou porque já vinham nutrindo sentimentos de rejeição. O isolamento acelerou a decisão.
Para outros o isolamento está sendo benéfico, outrora distantes de Deus, agora sentem-se desejosos de voltarem aos braços do Seu Pastor e Salvador. Aquele que vai atrás da única ovelha perdida e a recupera de volta.
Voltaremos à Igreja iguais ou indiferentes? Mais empático, mais amável, mais sereno, mais servo ou com a “D.S.I” – Doença Sintomática do Isolamento? Receio de tocar, abraçar, interagir, etc. Será que teremos que reaprender a arte da convivência com os semelhantes? Ou o amor de Cristo em nós nos bastará? Será o teste que cada um de nós terá que fazer.
Sinceramente, oro, para voltar como antes, com mais vigor cristão para continuar servindo a Deus como Ele requer de mim e estímulo você a almejar esse retorno com igual disposição e amor a Deus.
O isolamento nos tirou à igreja visível mais não nos tirou o Senhor dela. O isolamento nos matem distantes uns dos outros, mas não dEle.
Logo, logo vamos voltar a Igreja visível! Amém!
Josinaldo M.
Leia Também
Comments