DEUS E JULIANA MARINS: UM ENCONTRO NAS PROFUNDEZAS
- Josinaldo Mariano
- 26 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de jun.
O salmo 139 nos traz uma descrição de quem Deus é, onde Ele estar e onde não podemos estar: longe da Sua presença (v.7).
A história de Juliana Marins, uma jovem brasileira de 26 anos, publicitária, comoveu muita gente no Brasil e no mundo afora. Ela caiu da borda da cratera do vulcão Rinjani, na Indonésia, e durante três dias, permaneceu à espera de um resgate que, por questões imprevistas, não chegou a tempo. Em meio ao frio, à fome, à sede e à dor, Juliana se viu sozinha, a 600 metros de profundidade, longe de tudo e de todos, menos de Deus.
Um acontecimento que deve nos fazer refletir o quanto tão longe ou perto estamos do Deus que estar no macro e no mínimo, longe e perto, nas profundezas de um vulcão ou em suas lavas? Ele faz com que a terrível lava ardente de um vulcão aquiete-se, esfrie e se desfaça ao Seu comando.
O versículo 12 afirma uma verdade surpreendente: "a luz e as trevas são a mesma coisa para Deus". Essa verdade é inquietante! Sempre esperamos que Deus esteja nas coisas lindas e belas, nos oceanos, nas florestas, nos jardins, no nascer do sol e no brilho da lua e nunca nas coisas terríveis e tristes ou num fundo sombrio de um vulcão adormecido.
Por que é importante refletirmos sobre isso?
Não tenho conhecimento se Juliana conhecia e amava a Deus, mas tenho absoluta certeza que Deus à conhecia. Deus não à abandonou! Ele criou um mundo maravilhoso para que ela pudesse aventurar-se e fazer seu "mochilão" mundo afora com alegria e simpatia. Pergunto, se Juliana convidou Deus para fazer parte de suas aventuras? Essa resposta pouco importa. O que importa mesmo é que Ele sempre esteve presente. Ela deve ter enxergado Deus nos cantos singulares e paisagens de suas aventuras.
A jovem Juliana não se opôs. Ela foi ao encontro de coisas "desconhecidas", não se escondeu de Quem não podia se esconder.
Deus conhece nossos caminhos. Salmo 139.3
³ Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
Talvez, muitos de nós nunca tenhamos a coragem de nos aproximar de um vulcão muito menos caminhar em sua borda, mas Juliana quis ir além, guardar momentos inesquecíveis de sua vida agora deixados para nós.
Eu creio que Deus andou na borda junto com Juliana e quando ela caiu, esteve com ela ali dentro todo o momento. Relatos dizem que inicialmente ela caiu por 300m, depois desceu mais fundo, até ser encontrada, sem vida a 600m de profundidade da borda do vulcão.

Aquela jovem teve seu momento com Deus naquele lugar escuro e frio. Não sei o que eles conversaram, não sei porque Deus quis levá-la para mais profundo, não sei porque Deus não quis que à resgatassem com vida, talvez porque Ele estava à resgatando dela mesma e do mundo para Si.
O salmo 139 que citei nos versículos 15 e 16 dizem:
¹⁵ os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.¹⁶ Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Quero finalizar essa minha reflexão sobre Deus e Juliana: Um encontro nas profundezas, aplicando algumas lições para minha vida e desejo que seja para sua também.
Primeiro, Deus nos quer sempre por perto, não importa onde estejamos, desde que estejamos com Ele.
Segundo, Deus estar nas alturas, nas planícies, nas profundezas de um vulcão e no coração de todo aquele que nEle crer. Ele é atemporal, sem limites de espaço e tempo.
Terceiro, Deus não tem "medo" das bordas ou dos limites. Ele estar acima deles e nos dar coragem para o impossível.
Quarto, Juliana morreu fazendo o que gostava com suas fragilidades, medos, anseios, dúvidas e coragem. Não foi planejado cair, estar sozinha, com frio, medo e angústias durante aqueles dias. Mas esse é um dos mistérios da vida: à temos, mas não à controlamos. Não sabemos o dia que abriremos nossos olhos e quando o fecharemos. A eternidade é o próximo degrau para todos nós que vivemos nesse mundo terreno.
Quinto, Deus tem Sua maneira peculiar de lidar conosco. Quem somos nós para dizê-Lo como deve agir? Tudo está nas Suas Mãos misericordiosas e mesmo quando às profundezas nos pareçam injustas, para Ele é o lugar onde o reencontro acontece.

Juliana, assim como nós recebeu a oportunidade de viver e viveu, de sorrir e sorriu de sonhar e sonhou, de aventurar-se e aventurou-se. Terminou sua existência num lugar inusitado e inesperado para quem sempre esteve nas alturas em suas acrobacias executadas na Pole Dance (sua paixão) como nos esportes que praticava.
Deus à levou às profundezas de um vulcão, para encontrar-se com ela e levá-la para uma outra dimensão da vida: a eternidade.
Volto ao Salmo 139, versos 7 a 10:
⁷ Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? ⁸ Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; ⁹ se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,¹⁰ ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
A todos os familiares, amigos e próximos a Juliana, minha oração para que Deus os console e continue estando conosco todos os dias de nossa existência. Amém!
Abraço fraterno!
Josinaldo M.
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