DEUS E JULIANA MARINS: UM ENCONTRO NAS PROFUNDEZAS
- Josinaldo Mariano
- há 4 horas
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O salmo 139 nos traz uma descrição de quem Deus é, onde Ele estar e onde não podemos estar: longe da Sua presença (v.7).
O caso da jovem de 26 anos Juliana Marins comoveu muita gente no Brasil e no mundo afora. Um acontecimento que deve nos fazer refletir o quanto tão longe ou perto estamos do Deus que estar no macro e no mínimo, longe e perto, nas profundezas e um vulcão ou em suas lavas? Até mesmo a terrível destruição de uma lava aquieta-se ao Seu comando, esfria e dorme.
O versículo 12 afirma uma verdade surpreendente: "a luz e as trevas são a mesma coisa para Deus". Essa verdade é inquietante! Sempre esperamos que Deus esteja nas coisas lindas e belas, nos oceanos, nas florestas, nos jardins, no nascer do sol e no brilho da lua e nunca nas coisas terríveis e tristes ou num fundo sombrio de um vulcão adormecido.
Por que é importante refletir sobre isso?
Não sei se Juliana conhecia a Deus, mas tenho absoluta certeza que Deus à conhecia e mesmo que segundo alguns, ela tenha sido abandonada, Deus não a deixou.
Deus criou um mundo lindo para que ela pudesse aventurar-se e fazer seu "mochilão" mundo afora com alegria e simpatia.
A história de vida e aventuras de Juliana, podem reacender às de muitas outras pessoas que dormem no sonho de viver seus objetivos e ascender para vida plenamente. Talvez (digo isso por falta de certeza), Juliana não deva ter convidado Deus para fazer parte de suas aventuras, mesmo que Ele estivesse sempre lá, ou ela enxergou Deus nos cantos singulares de suas aventuras. Certo é que Juliana não se opôs, ela foi ao encontro de coisas desconhecidas, não se escondeu de Quem não podia se esconder.
Talvez muitos de nós nunca tenhamos a coragem de nos aproximar de um vulcão muito menos caminhar em sua beirada, mas Juliana quis ir além, guardar momentos inesquecíveis de sua vida agora deixados para nós.
Eu creio que Deus "caiu" ou "escorregou" junto com Juliana e esteve com ela todo o momento ali dentro. Os relatos dizem que inicialmente ela caiu por 100-150m depois desceu mais fundo, até ser encontrada morta a mais de 600m de profundidade.
Aquela jovem teve seu momento ali com Deus. Não sei o que eles conversaram, não sei porque Deus quis levá-la para mais profundo, não sei porque Deus não quis que à resgatassem com vida, talvez porque Ele estava à resgatando dela mesma e do mundo para Si.
O salmo 139 que citei nos versículos 15 e 16 dizem:
¹⁵ os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.¹⁶ Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Quero finalizar essa minha reflexão sobre Deus e Juliana: Um encontro nas profundezas, aplicando algumas lições para minha vida e desejo que seja para sua também.
Primeiro, Deus nos quer sempre por perto, não importa onde estejamos, desde que estejamos com Ele.
Segundo, Deus estar na planície, nas alturas e nas profundezas de um vulcão. Ele é atemporal, sem limites de espaço e tempo.
Terceiro, Deus não tem "medo" da ribanceira ou dos limites. Ele estar acima deles e nos dar coragem para o impossível.
Quarto, Juliana morreu fazendo o que gostava com suas fragilidades, medos, anseios, dúvidas e coragem. Não foi planejado cair, estar sozinha, com frio, medo e angústias durante aqueles dias. Mas esse é um dos mistérios da vida: à temos, mas não à controlamos. Não sabemos o dia que abriremos nossos olhos e quando o fecharemos.

Juliana, assim como nós recebeu a oportunidade de viver e viveu, de sorrir e sorriu de sonhar e sonhou, de aventurar-se e aventurou-se. Terminou sua existência num lugar inusitado e inesperado para quem sempre esteve nas alturas em suas acrobacias executadas na pole dance (sua paixão) como nos esportes que praticava.
Deus a levou para as profundezas de um vulcão, para encontrar-se ali com ela e levá-la para uma outra dimensão da vida: a eternidade.
Volto ao Salmo 139, versos 7 a 10:
⁷ Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? ⁸ Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; ⁹ se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,¹⁰ ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
A todos os familiares, amigos e próximos a Juliana, minha oração para que Deus os console e continue estando conosco todos os dias de nossa existência. Amém!
Abraço fraterno!
Josinaldo M.
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